Eu não ando sem sentir a espiral que chega em mim por que eu não sei direito pra onde olhar. Tem nome me chamando e eu não sei como fechar. Não dá pra fechar. Fechar não é amar. É fingir que pode o que não pode. Mas quando se finge o que não pode, você acaba podendo. Mas não é sincero.
Entre sinceridade e não sentir. É como andar numa corda bamba, mas sem corda. Não tem fio pra seguir. Nem lugar pra chegar. Então é como se a qualquer hora você pudesse cair. Mas é mais fácil quando tem alguém pra te segurar.
Não que eu não possa sorrir. Mas é que não dá pra fingir que eu to fechado.
Já faz três dias desde que saí de lá. Desde que saí da minha cidade. Não que eu me arrependa disso, mas é que a cidade era uma corda. Mas não uma corda pra andar em cima. Uma corda que amarra, o que dá a mesma segurança.
Não sei se é a chuva ou se eu quero mesmo uma desculpa pra ficar tomando esse café quente. E usar esse gorro que cobre minha cabeça. Quando sua cabeça tá coberta dá a mesma sensação da corda. Parece que você tá imune há qualquer sentimento ruim. Mas você não tá. A chuva ainda pode te pegar...
É que mesmo quando aparece alguém pra te dar a mão, você pode não aceitar. Talvez por medo de que ela possa soltar. E daí você cai da corda. É mais ou menos isso. Não to certo. Talvez seja como cair da corda e não ter ninguém pra segurar.
Olhar por uma janela me anestesia um pouco. Mas eu já falei que não gosto dessa coisa de fechar. Isso não existe. É como não viver. Se até a biblioteca tem portas...
Agora que a chuva tá parando é melhor eu ir...
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