E eu esqueci o quanto ela me incomodava. Quanto me incomodava seu silêncio. O jeito que ela me ignorava . E como eu me fazia sentir tão sozinho junto à ela. Toda essa não-demonstração de afeto. Todo esse vazio cotidiano de estar do seu lado e não sentir como seu parceiro.
Eu esqueci o quanto ela me irritava. Brigar por coisas pequenas. Mas o que mais me irritava, era discutir pelas coisas não-pequenas. Pelas coisas que eu achava importante. Porque isso demonstrava a falta de apoio ou a incongruência de ideias.
Nosso cotidiano atravessava como fogo-cruzado. E ela dizia que era o jeito dela. E eu ponderando mil porquês. E tentando tirar algo, qualquer significado, pro que tava acontecendo.
Sem sucesso.
Uma luta angustiante. Contra o vazio.
Mas a saudade do toque. Da voz. Das coisas que só ela sabe fazer. Do jeito singular que ela faz as coisas que todos fazem. Que todas fazem. Que todos fazemos.
A saudade.
Esqueço tudo o que me fez querer afasta-la.
Esqueço que não deveria atraí-la...
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